Parte da região
de Roma que hoje é muito central, como por
exemplo Praça Barberini, era considerada “o campo” nos séculos
XV e XVII – este fato pode ser verificado até no topônimo da rua
“Capo Le Case” nas redondezas. E assim foi construída a “mansão”
da família Barberini, fato quase comemorativo de uma família em
ascensão ao poder. Estas mansões eram caracterizadas por uma função
ambivalente de representação e lazer, como vimos no post da Villa
Borghese.
Em
1625, depois de comprar um enorme terreno (que correspode à área
dentro da Quattro Fontane e XX Settembre) com um pequeno edifício,
iniciaram as reformas necessárias para transformá-lo em uma
suntuosa mansão.
O
grande Bernini entra em jogo na ideação do palácio após a morte
de Maderno e devemos a ele o grande salão central com o pé direito
que ocupa dois andares, o salão ao lado com planta baixa elíptica,
a maravilhosa varanda fechada com janelas, “loggia vetrata” que
vemos hoje quando entramos sobre a varanda com arcos, também de sua
autoria.
O
palácio é digno de uma visita pela sua história e,
particularmente, por elementos da sua construção e decoração,
como a escada helicoidal de Borromini, que tinha trabalhado no
primeiro edifício com seu tio, Maderno, e o afresco da “Divina
Providência”, de Cortona. Neste caso, ao contrário do que
aconteceu com a Villa Borghese (que conhecemos hoje como parque de Roma), os jardins desta maravilhosa mansão
não chegaram até nós, mas sabemos que tinha sido desenvolvido com
muita atenção aos detalhes, e que, entre outras plantas exóticas,
tinha sido importada uma laranjeira de Lisboa e um jasmin amarelo da
India.
A
coleção inicia com obras do XII século, mas parte mais importante
do Palácio Barberini é composta por pinturas dos séculos XVI e
XVII e temos a sorte de poder ver obras importantes de cada pintor
aqui representado.
É
aqui que podemos ver a “Fornarina” de Raffaello, a “Judite” e
o “Narciso” de Caravaggio, “Vênus e Adônis, de Ticiano, um
“Davi” de Bernini, mas nomões são uma coisa comum nesta
coleção, com pinturas atribuidas no passado a Simone Martini, além
de Filippo Lippi, Antoniazzo Romano, Lorenzo da Viterbo, Guercino,
Domenichino, Giulio Romano, Baciccia e Carracci.
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