23 Monumentos do Fórum Romano


Monumentos do Fórum Romano - e Coliseu


Este artigo dará uma noção básica de 23 monumentos do Fórum Romano, de modo que você adquira uma ideia do que te espera aqui em Roma. A grande maioria das pessoas diz "Nossa, eu não imaginava que a área arqueológca fosse tão grande!". Isso por que realmente esta preciosidade histórica e cultural de Roma é única, por que para nós, brasileiros, é difícil estar a par do que chegou até nós da importância e grandiosidade do antigo Império Romano. Neste artigo podem ter termos não utilizados no nosso quotidiano, mas uma vez aqui com a nossa guia, você vai adquirir uma boa base para compreender o Fórum Romano e o significado dos monumentos que chegaram até nós.

Arco de Constantino e Coliseu

Muita gente nem imagina que esta preciosa área arqueológica possui a beleza de 35 hectares!


A área visitável é tão vasta, que o ticket nos permite de ver o Coliseu (onde você não passará menos do que uma hora) em um dia e o Foro (e Palatino!), no outro. Se vier sem guia, aproveite este tempo para visitá-lo com calma, pois é sem dúvida, uma tarefa árdua!

Este pequeno post tenta esclarecer algumas dúvidas e dar uma orientação superficial sobre o que espera por você nesta preciosa área arqueológica que é o Foro Romano.

mapa para orientação no Fórum Romano
Mapa do Foro Romano

Arquitetura e história de alguns monumentos do Fórum Romano e do Coliseu


1) Coliseu - Anfiteatro Flavio, construção finalizada em 80d.C. pelos Flavios. Lugar para um número de espectadores entre 55.000 e 73.000, a maior arena da sua época. Veja post completo na  página http://guiaderoma.blogspot.it/2010/02/roma-antiga-iii.html

Coliseu e basalto antigo

2) Arco de Constantino - entre 315 e 325 d.C., esta maciça construção erguida pelo senado comemorou os 10 ou 20 anos do imperador Constantino no poder. A sua construção, com elementos de outros monumentos de diferentes épocas do império contém os relevos redondos de Adriano e retangulares de Marco Aurélio, com cenas de sacrifícios típicas da cultura pagã, é de extraordinária importância histórica.

A escrita polêmica "instinctu divinitatis" (por inspiração divina) da inscrição nos surpreende, pois no ano de 313d.C. Constantino havia dado liberdade de culto aos cristãos e à nós chegou a lenda que o imperador realizou este importante passo na história do mundo ocidental por causa de um sonho que teve antes da famosa batalha de Ponte Milvio, onde ele mudava os estandartes do seu exército por cruzes e vencia o imperador Maxêncio. Ainda segundo a lenda, Constantino de fato trocou os estandartes do seu exército um dia antes da batalha e venceu a batalha, passando à história como o primeiro imperador cristão.

Arco de Constantino
Arco de Constantino (315-325 d.C.)

Detalhe do Arco de Constantino
Relevos do período do imperador Adriano (117 - 138d.C)

Detalhe de decoração com cena de batalha, Arco de COnstantino
Relevos do período do imperador Marco Aurélio  (161 - 180 d.C.)

Em 325, Constantino organizou o Conselho de Nicéia (na atual Turquia), onde foram estabelecidas algumas importantes questões relativas à nova religião, além de organizar o calendário, oficializando a data da Pásqua e a promulgação da lei canônica.

Deve ter sido impressionante ver o etíope Abebe Bikila vencer a maratona dos Jogos Olímpicos de 1960 de Roma, passando descalço pelo Arco de Constantino!

3) Templo de Vênus e Roma - 135 d.C., gigantesca estrutura dedicada às deusas Vênus e Roma, realizada pelo imperador Adriano (117-138). A área ocupada era de 100m x 145m. Parte deste templo foi englobado na construção da Igreja de Francesca Romana, o que permitiu a conservação da rica decoração interior.

Templo de Vênus visto do Coliseu
Templo de Vênus e Roma

4) Arco de Tito - 81 d.C., comemora a massiva repressão da revolta na Judéia, no ano de 71 d.C. Interessante o relevo interior do arco, que mostra o castiçal de sete braços e as trombas de prata sendo trazidas como espólios desta conquista. Este monumento foi massiçamente restruturado por Valadier, no século XIX. Aqui se nota como parte do foro escavado no passado não levou em consideração as camadas
medievais (este arco foi propriedade da família Frangipane, que ocupou o coliseu desde que os jogos cessaram em Roma, no VI século d.C.).

5) Igreja de Francesca Romana - fundada no século IX sobre um antigo oratório e re-batizada como Santa Maria Nova no X século, esta baasílica englobou um pedaço do Templo de Vênus e Roma. Durante o século XII foi construído o campanário que vemos ainda hoje e decorada a ábside.
A igreja mudou de nome para Francesca Romana com a translação da relíquia da Santa para este lugar no século XV.
Importante no seu interior (acessível pelo lado da rua Fori Imperiali) os afrescos da primeira capela à direita, atribuídos a Melozzo da Forlí, que representam alguns doutores da igreja.

6) Basílica de Maxêncio - 308 - 312  d.C. - Basílica iniciada por Maxêncio e terminada por Constantino, foi a última basílica nestas proporções construída no antigo Foro. Nesta basílica supõe-se que era utilizada pelo prefeito de Roma. Este gigantesco edifício possuía uma planta baixa de 100m x 60m, com uma nave central de ~35m.
O nicho central abrigava uma estátua do imperador Massênxio (depois adaptada às feições do imperador Constantino), cuja cabeça media 2,60m e que se encontra hoje nos Museus Capitolinos.

Basílica de Maxêncio
As imponentes arcadas da basílica de Massênxio - desde sempre emocionaram
especialmente os arquitetos e engenheiros!

7) Templo de Rômulo - 306-312 d.C., templo iniciado pelo Imperador Maxêncio e dedicado a seu filho, Rômolo, morto prematuramente.
Depois da batalha de Maxêncio e Constantino, o templo foi restruturado entre os anos de 312-337 e eventualmente dedicado a Júpiter Stator.

Templo de Rômulo
Templo de Rômulo, com o impressionante portão de entrada em bronze do IV século 
e com as colunas em pórfido vermelho

8) Casa das sacerdotisas Vestais - restauro depois de vários incêndios atribuído à Júlia Domna, esposa de Setímio Severo (193-211 d.C.). Imagina-se que fosse uma grande casa com dois andares, que abrigava aproximandamente 30 sacerdotisas de origem nobre - 6 eram responsáveis pelo "fogo do estado" - que entravam para a vida religiosa quando tinham aproximadamente 9 anos, passavam por 10 anos de formação, para executar a importante função por 30 anos.

Casa das Vestais
Casa das Vestais

9) Templo das Vestais - O rei sabino Numa Pompílio (754 a.C. – 673 a.C.), é o tradicional fundador deste culto em Roma. As três colunas do templo redondo que vemos hoje são o resultado de um restauro realizado por Júlia Domna (fim do III século, início do IV).

Templo das Vestais
Templo de Vesta

10) Templo do Divo Júlio (aedes Divi Iulii) - A decisão deste templo foi realizada em 42 a.C. por iniciativa do senado depois da morte dos assassino s de Júlio César.  A realização do templo foi feita por Otaviano, filho adotivo de César, em 18 de Agosto de 29 a.C..

Templo de César
Flores e moedas sobre o resto do altar de Júlio César

11) Basílica Emília - 179 a.C., Lépido e Nobiliore. Restaurada durante os anos, destruída pelo feroz incêndio causado por Alarico, em 410 d.C.. Segundo o Prof. Coarelli, este edifício coberto exercia diversas funções civis (bolsa de valores, tribunal), servia como praça pública para o povo durante os dias de muito sol ou chuva.

12) Templo de Cástor e Pólux - 484 a.C. - As três colunas que vemos hoje são o que sobraram do restauro do ano VI d.C. O edifício foi realizado como um voto pela vitória dos romanos contra os latinos.

Colunas do Templo de Cástor e Pólux
As três colunas que sobreviveram o tempo: Templo de Cástor e Pólux

13) Basílica Júlia - 54a.C., iniciada por Júlio César, mais um projeto finalizado por Augusto. Esta basílica com 5 naves e 3 andares tinha como função principal a atividade jurídica . O espaço interior era dividido por tecidos, que permitiam a discussão de diversos julgamentos contemporaneamente.

Basílica Julia
Os restos dos degraus da Basílica Júlia

14) Coluna de Foca - Erguida pelo imperador bizantino Foca em 608 d.C., esta coluna comemora a doação do Pantheon ao Papa Bonifácio IV.

Coluna de Foca
Coluna de Foca com a Cúria de Júlio César no fundo

15) Curia de Júlio César - iniciada por Júlio César em 54 a.C., foi acabada por Augusto em 29 a.C.. O fato deste edifício ter chegado até nós sem grandes danos se deve ao fato da sua transformação na igreja San Adriano pelo papa Honório I (625-638).

16) Templo de Saturno - 498 a.C., iniciado durante o período dos antigos reis e finalizado já durante o período republicano, é um dos mais antigos do Foro (junto com Vesta e Pólux). Originalmente abrigava o tesouro do Estado (Saturno é ligado à agricultura). Aqui eram celebradas as Saturnalia, as festas de fim-de-ano.

Templo de Saturno
As imponentes 8 colunas que ficaram em pé do Templo de Saturno!

17) Miliarium Aureum - Coluna erguida por Augusto com as medidas das principais estradas romanas do império.

Miliário Áuereo
Miliário Áureo, a base que restou

18) Vulcanal  - pequeno monumento (12 m²) em pedra de tufo e em parte construído diretamente na rocha, de idade arcaica, do período de rei Tito Tácio (? 750 - ~745 a.C.), considerada a ara (altar) dedicado por este rei ao deus Vulcano (deus romano do fogo, filho de Júpiter e Juno; correspondente ao deus Hefesto da mitologia grega). As novas interpretações o identificam com restos do antigo altar de Saturno, cujo templo do início do século V se encontra muito perto.

19) Arco de Setímio Severo - 203 a.C., arco triunfal com três arcadas que homenageia Settimio Severo e o filho Caracalla pela vitória em Parti (na maior parte corresponde ao que é hoje a antiga Pérsia).

Arco de Setímio Severo
Arco de Setímio Severo

20) Templo de Vespasiano - três colunas é o que vemos hoje do antigo templo dedicado ao imperador Vespasiano, divinizado depois da sua morte, no ano de 79 d.C.
Segundo uma fonte do período de Ghirlandaio (metade do século XVI), estas colunas se encontravam como as vemos hoje; no início do século XIX, com os escavos de Valadier de 1811 os capitéis estavam quase cobertos de terra!

Tabulário de Templo de Vespasiano
Três coluas que sobreviveram ao tempo, Templo de Vespasiano

Roma no século XVIII, por Piranesi
Aqui uma incisão de Piranesi (1720 - 1778), onde vemos o que aconteceu com o abandono do foro em 1300 anos!

21) Templo da Concórdia - iniciado por Lúcio Furio Camilo (filho do grande Marco Fúrio Camilo que entre outras coisas foi o responsável pela conquista dos  etruscos na batalha de Veio, em 396 a.C.) em 367 a.C., este templo foi construído para comemorar a reconciliação entre patrícios e plebeus. Alguns capitéis de encontram no Antiquário do Palatino; um pedaço de arquitrave se encontra nos Museus Capitolinos.

22) Tabulário - edifício construído em 78 a.C. pelo arquiteto Lúcio Cornélio, por ordem de Catulo (magistrado que viveu de 123 a.C. a 61 a.C..) que continha os arquivos do estado.

Tabulario
À esquerda o Templo de Saturno, no meio as três colunas do Templo de Vespasiano, ao fundo o Tabulário e embaixo à direita, restos da coluna do Miliário Áureo

23) Prisão Marmetina - é a prisão mais antiga de Roma, constituída de grutas que foram cavadas na própria rocha, as mais antigas entre os séculos VIII e VII a.C. Hoje vemos a Igreja de São José dos Marceneiros, do século  XVI.

Curia
A cúpola de Santa Martina e Luca, atrás da Cúria de Júlio César

Por incrível que pareça, esta breve descrição de como se orientar no Foro é realmente muito pouco; a intenção deste post é simplesmente mostrar o quanto é rica, grande e complexa esta área arqueológica e que para desfrutá-la ao máximo, nada melhor do que uma guia com experiência para pode desvendá-lo e entendê-lo. De brasileiros para brasileiros na Itália: reserve aqui a sua guia de turismo profissional que fale português.

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O ticket para o Coliseu é válido também para a visita do Foro Romano, que é uma das preciosidades de Roma: uma área arqueológica de extrema importância para a história do mundo ocidental que, ao mesmo tempo que nos dá tantas informações sobre o maior império do Ocidente, nos abre um leque de dúvidas onde arqueólogos trabalham incansavelmente desde o século XVIII.
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