Antinoo, o jovem mais bonito do mundo
Muita gente vem à
Roma para ver a Pietà e o Moisés do Michelangelo, que são as
obras-primas do grande escultor; mas Roma é Roma, e oferece muito
mais do que a grande maioria conhece, como vèarias escultura do ANtinoo, .
Hoje gostaria de
falar um poquinho de um jovem grego lindo que nasceu em 110 d.C. Na
Bitínia (atual Turquia), um jovem que tinha pelo menos metade de seu
sangue grego e que falava grego.
De todas as
esculturas dos Museus Vaticanos (e tantos outros de Roma), esta chama
a atenção pela sua beleza que encanta há dois mil anos. Templos
foram erguidos em honra a este jovem e mais de 30 cidades do império
emitiram moedas com o seu rosto. As suas esculturas foram
encontradas espalhadas por todo o império, de Terragona (a Oeste do
Império) à Armênia (no Leste). Acredita-se que totalizavam duas
mil peças, das quais conhecemos hoje um pouco mais de cem – você
encontra Antinoo, esse era o seu nome, não só em Roma, mas em
Nápoles, no Fitzwilliam Museum de Cambridge, no Louvre, na Glyptotek
de Munique, no museu arqueológico de Delfi, em Atenas, no Prado de
Madrí e uma pequena pintura sobre madeira no Museu do Cairo.
Em número de
representações de personagens da antiguidade, este jovem é o
número 3, após Alexandre o Grande e Augusto; mas sabe de uma coisa?
Este jovem não era nem nobre, nem rico e muito menos politicamente
potente; ele era um simples escravo.
A vida de Antinoo
foi marcada pelo encontro com o Imperador Adriano quando ele tinha
apenas 12 anos, na Bitínia. Adriano o trouxe à Roma, e muito
provavelmente ordenou que ele fosse educado na escola imperial dos
escravos, na colina chamada “Célio”. À parte poucos dados dos
quais os estudiosos têm alguma certeza, a sua vida permanece numa
bruma de mistério, acentuada pela sua morte, que aconteceu quando
ele tinha em torno a 20 anos, no Rio Nilo.
O que mais fala-se
sobre Antinoo é que ele era o amante do imperador Adriano; a
bissexualidade era fato corriqueiro naquela época. A partir de 127
Antinoo viajou muito com o imperador pelo império, dos arredores
Roma até à Grécia, Ásia Menor à África setentrional, onde
Antinoo morreu em 130.
De fato após 20
dias da sua morte, Adriano assinou o decreto no qual mandava fundar
no Egito uma cidade que se chamava Antinoopolis.
Mais do que aparenta, um "simples amante do imperador", a figura do belíssimo Antinoo
tem um grande potencial para se desdobrar em conotações políticas, planejadas
minuciosamente por Adriano, que fundou não só a cidade em sua honra, mas um
culto ao jovem afogado nas águas do Nilo.
Expo "ANTINOO, UN RITRATTO IN DUE PARTI", Palazzo Altemps, Roma
As representações
de Antinoo são conhecidas desde o Renascimento, acredita-se que o
Antinoo-Baco do Museu Arqueológico de Nápoles tenha servido como
inspiração para o Baco do Michelangelo, por exemplo. E se você
olhar bem, vai ver que esta afirmação não é tão absurda!
Em tempos modernos,
até Oscar Wilde não resistiu ao jovem escravo da Bitínia, veja seu
poema “The Sphinx”. Para não falar das vozes que dizem que a
descrição de Dorian Gray teria sido feita a partir da observação
de imagens de Antinoo, ou até mesmo o “nosso” Fernando Pessoa,
que escreveu “Antinous” (1918), originalmente em inglês!
Quando vier à Roma,
não deixe de encontrar o jovem da “boca de Romã” (O. Wilde)...
talvez você até seja surpreendido por ele em lugares inusitados!
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